ANA AUGUSTA DE CASTILHO

1 – Nome conhecido / Nome civil

Ana Augusta de Castilho

 

2 – Local, data de nascimento / Local, data de morte

Angra do Heroísmo (Sé), Açores, 16 de março de 1860 / São Jorge de Arroios, Lisboa, 1 de dezembro de 1916

 

3 – Profissão / cargo / função / ocupação

Professora, escritora, ativista feminista

 

4 – Relação com organizações feministas

Liga Republicana das Mulheres Portuguesas

Grupo das Treze

Obra Maternal (Presidente dos corpos gerentes, 1914, 1915)

Escola Solidariedade Feminina (fundadora e docente, 1914)

Associação de Propaganda Feminista

Comissão Feminina `Pela Pátria`

Empresa de Propaganda Feminista e Defesa dos Direitos da Mulher (acionista, tesoureira)

Cruzada das Mulheres Portuguesas

 

5 – Eventos feministas em que participou / foi nomeada para participar

Eleita para integrar o grupo que deveria representar as feministas portuguesas no 7.º Congresso da International Women Suffrage Alliance, em Budapeste (15 a 20 de junho, 1913).

 

6 – Publicações de teor feminista (autoria, entrevistas)

CASTILHO, Ana Augusta (1912) – Sufrágio Feminino. «A Madrugada», n.º 12, 31 de julho, cols.1-3, p.1.

CASTILHO, Ana Augusta (1914) – Direitos Jurídicos da Mulher. «A Madrugada», n.º 35, 31 de agosto, col.2-3, p.1; col.3, p.1.

 

7 – Sociabilidades, correspondência com outras feministas

Ana de Castro Osório

Carolina Beatriz Ângelo

Elzira Dantas Machado

Isabel Maria Correia

Antónia Bermudes

Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho

Alice Moderno

 

8 – Manifestações de reconhecimento público (incluindo toponímia), prémios, condecorações

9 – Espólios

 

10 – Elementos biográficos do percurso de vida, incluindo moradas: sumário

Ana Augusta de Castilho (1866-1916), natural de Angra do Heroísmo, Açores, foi professora, escritora, militante republicana e ativista feminista, membro de várias organizações do primeiro movimento feminista português. Pertenceu à Liga Republicana das Mulheres Portuguesas onde “presidiu a reuniões; contribui com donativos para subscrições; representou a agremiação em acontecimentos públicos e reuniões políticas; interveio enquanto oradora” (Esteves, 2005, p. 88). Em 1913, colaborou na campanha a favor da aprovação pelo Parlamento, da anulação do direito de fiança aos violadores de menores. Desempenhou cargos diretivos como Vice-presidente da Direção (1912), Tesoureira (1913, 1914) e integrou a Mesa da Assembleia Geral (1916). Em 1914, juntamente com Ana de Castro Osório, Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho e Antónia Bermudes, criou a Comissão Feminina `Pela Pátria` uma organização “sem preocupações partidárias” (A Semeadora, 1915, p.2) “cujo objetivo era fabricar uma bandeira para os soldados mobilizados e, como tal não fosse possível, devido à disciplina militar, dedicou-se à recolha de lã e ao fabrico de agasalhos” (Esteves, 2008, p. 53), organização que teve atuação “junto de Câmaras Municipais, do professorado primário feminino e das associações de mulheres, e recebeu reconhecimento internacional de vários organismos e países” (Esteves, 2008, p. 53). No âmbito da Associação de Propaganda Feminista, foi eleita 2.ª secretária da Mesa da Assembleia Geral na reunião de 15/02/1916 e colaborou nos dois primeiros números de A Semeadora. Foi acionista da Empresa de Propaganda Feminista e Defesa dos Direitos da Mulher tendo sido a tesoureira da sua comissão dirigente (Esteves, 1998, p. 186). Foi iniciada na Maçonaria, pertenceu à loja Carolina Ângelo do Grande Oriente Lusitano, tendo adotado o nome simbólico Brites de Almeida (padeira de Aljubarrota).  Era viúva do professor de música João de Castilho. Residia em Lisboa na Calçada do Poço dos Mouros. Faleceu em 1916 tendo Borges Grainho pronunciado o discurso fúnebre.

11 – Fontes bibliográficas primárias

CASTILHO, Ana Augusta de (1912) – Sufrágio Feminino. «A Madrugada», n.º 12, 31 de julho, cols.1-3, p.1.

CASTILHO, Ana Augusta de (1913) – Verdades. «A Madrugada», n.º 19, 28 de fevereiro, p.2, col.3; col.1, p.3.

CASTILHO, Ana Augusta de. (1914) – Direitos Jurídicos da Mulher. «A Madrugada», n.º 35, 31 de agosto, col.2-3, p.1; col.3, p.1.

CASTILHO, Ana Augusta de (1915) – A Questão Actual: As mulheres e a guerra. «A Semeadora», n.º 1, 15 de julho, col. 1, p.2.

Notícias, artigos sobre o seu falecimento:

 A Semeadora, n.º 18, parcialmente dedicado ao seu falecimento;

 A Folha, n.º 670, de Ponta Delgada, dirigido por Alice Moderno;

 Redencion, de Valência, artigo redigido por Ana Carbia Bernal.

 

12 – Fontes bibliográficas secundárias

ESTEVES, João (1998) – As Origens do Sufragismo Português. A primeira organização sufragista portuguesa: A Associação de Propaganda Feminista (1911-1918). Lisboa: Editora Bizâncio.

ESTEVES, João (2003) – Ana Augusta de Castilho. In NÓVOA, António, dir.Dicionário de Educadores Portugueses. Vila Nova de Gaia: Edições Asa, p.310-311.

ESTEVES, João (2005) – Ana Augusta de Castilho. In CASTRO, Zília Osório; ESTEVES, João, dir.Dicionário no Feminino. Séculos XIX e XX. Lisboa: Livros Horizonte, p. 88-90.

ESTEVES, João (2008) – Mulheres e Republicanismo (1908-1928) [Col. Fio de Ariana]. Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

Ana Augusta de Castilho uma açoriana esquecida na sua terra. Pois alevá…Diário de um Professor”. 16 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://poisaleva.blogspot.com/2016/02/ana-augusta-de-castilho-uma-acoriana.html

 

13 – Fontes Iconográficas e Audiovisuais;

 13a) – Foto de Perfil

http://silenciosememorias.blogspot.com/2015/08/1058-ana-augusta-de-castilho-iii.html

Inventariante / data:

Ana Ribeiro (anaribeirodasilva.mail@gmail.com) / novembro 2021

Este trabalho, para efeitos de citação:

RIBEIRO, Ana (2021) – Ana Augusta de Castilho. In BRASIL, Elisabete; LAGARTO, Mariana; RIBEIRO, Ana (2021) – Feminismos antes do 25 de Abril de 1974 (Portugal 1890-1949). Lisboa: FEM, p. 138-141.