MARIANA OSÓRIO DE CASTRO

1 – Nome conhecido / Nome civil

Mariana Osório de Castro / Mariana Adelaide Osório de Castro Cabral de Albuquerque Moor[1] Quintins

2 – Local, data de nascimento / Local, data de morte

Lisboa, 15 de junho de 1842 / —, 17 de novembro de 1917

 

3 – Profissão / cargo / função / ocupação

Ativista feminista

 

4 – Relação com organizações feministas

Associação de Propaganda Feminista (integrou grupo fundador, em 1911; segunda presidente eleita);

Comissão Feminina `Pela Pátria`;

Empresa de Propaganda Feminista e Defesa dos Direitos da Mulher (acionista);

Cruzada das Mulheres Portuguesas.

 

5 – Eventos feministas em que participou / foi nomeada para participar

 

6 – Publicações de teor feminista (autoria, entrevistas)

 

7 – Sociabilidades, correspondência com outras feministas

Mãe de Ana de Castro Osório

Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho (visita assídua da casa, autora do “enaltecimento da integridade” de Mariana aquando da sua morte (Esteves, 2005, p. 752).

 

8 – Manifestações de reconhecimento público (incluindo toponímia), prémios, condecorações

9 – Espólios

Biblioteca Nacional. Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, Família Osório de Castro (1884-1958), BNP Esp. N12[2]

 

10 – Elementos biográficos do percurso de vida, incluindo moradas: sumário

Mariana Osório de Castro (Lisboa, 15 de junho de 1842 / —, 17 de novembro de 1917), natural da freguesia de Arroios, em Lisboa, nasceu numa família ilustre, sendo filha do tenente-general José Osório de Castro Cabral de Albuquerque (1770-1857)[3], governador de Macau[4], e de Anna Dorothea Rosa Moor Hæting (Esteves, 2014, p. 29) de nacionalidade holandesa (Esteves, 2005, p. 752). Mariana casou no dia de Natal de 1865[5], na Igreja de S. Martinho do Fundão (localidade onde residia na Rua Direita) com João Baptista de Castro (1884-1920), aproveitando as férias escolares do noivo, estudante de Direito em Coimbra (Fernandes, 2020), que fez carreira como conservador do registo predial e advogado, posteriormente, magistrado.

O casal Osório de Castro foi viver para Coimbra onde nasce o primeiro filho, Alberto Osório de Castro (1868-1946). Mudam-se para a Pampilhosa da Serra, após colocação do já juiz conservador notarial e aqui nasce João Osório de Castro (1869-????) (Fernandes, 2020).  Tem ainda um terceiro filho, Jerónimo Osório de Castro (1871-1935) e uma filha, Ana Osório de Castro, eminente autora e feminista, que adotou o nome Ana de Castro Osório (1872-1935), a qual nasceu em Mangualde. No decurso da carreira profissional do marido, mudou-se ainda com a família para Setúbal, onde terá residido na Praça do Bocage, n.º 114-116. Em 1911, vivia em Lisboa, na Rua do Arco do Limoeiro, n.º 17 (Esteves, 1998, p. 193) e a partir desta morada apoiou a atividade desenvolvida no seio de várias organizações – aqui se realizaram reuniões da Associação de Propaganda Feminista (APF), funcionava a Comissão Feminina `Pela Pátria`, a redação e administração de A Semeadora (1915-1918) e a Casa Editora Para as Crianças, propriedade de Ana de Castro Osório,  que passou a residir com os pais quando enviuvou, aos 42 anos de idade (Esteves, 2014, p. 35) – tendo aceitado “desempenhar cargos associativos pouco usuais em senhoras daquele meio social” para apoiar a filha (Esteves, 2014, p. 30), principalmente, no período em que Ana esteve ausente no Brasil. Militante da APF, desde a sua fundação,  em 1912, tornou-se a segunda presidente da direção eleita entre as sócias fundadoras, num momento em que tanto a filha como Elzira Dantas Machado se encontravam no Brasil; assegurou a publicação dos dois órgãos da APF, A Mulher Portuguesa (1912-1913) e A Semeadora (1915-1918); auxiliou a Comissão Feminina `Pela Pátria`, trabalhando em agasalhos para os soldados portugueses, sendo. eleita, em 1916, para o Conselho Fiscal (Esteves, 1998, p. 193; Esteves, 2005, p. 752); aderiu à Obra Maternal; integrou a Cruzada das Mulheres Portuguesas; foi acionista, tal como a filha, da Empresa de Propaganda Feminista e Defesa dos Direitos da Mulher impulsionada por Eliza Dantas Machado. Faleceu com 75 anos.

 

11 – Fontes bibliográficas primárias

MARTINS, Palmira do Carmo (1918) – D. Mariana Osório de Castro- Homenagem de respeito e gratidão à sua memória. «A Semeadora», n.º 32, 8 de junho, cols.2-3, p.3.

PINHO, Maria Benedita (1917) – D. Mariana Osório de Castro. «A Semeadora», n.º 30, 30 de dezembro, cols.1-2, p.1.

VIEIRA, Alzira (1918) – D. Mariana Osório de Castro. «A Semeadora», n.º 36, dezembro, col.1, p.4.

 

12 – Fontes bibliográficas secundárias

ESTEVES, João (1997) – A Colecção Castro Osório – Ana de Castro Osório (1872-1935). In BETTENCOURT, Francisco, dir. – Leituras: Revista da Biblioteca Nacional, nº1

ESTEVES, João (2005) – Mariana Adelaide Osório de Castro Cabral de Albuquerque Moor(e) Quintius. In CASTRO, Zília Osório; ESTEVES, João, dir.Dicionário no Feminino. Séculos XIX e XX. Lisboa: Livros Horizonte, p. 752-753.

ESTEVES, João (2014) – Ana de Castro Osório (1872-1935) [Col. Fio de Ariana]. Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

FERNANDES, Júlio Cortez (2020) – Pampilhosense Companheiro de Henrique Carvalho; Expedição a Lunda Angola Finais do Século XIX. Pampilhosa da Serra- Roteiro de um “futrica”. 12 de setembro. Disponível em: https://aguadouro.blogs.sapo.pt/pampilhosense-companheiro-de-henrique-44431

13 – Fontes Iconográficas e Audiovisuais;

Cf. “D. Mariana Osório de Castro – Algumas notas biográficas[6] (com fotografia). «A Semeadora», n.º 30, 30 de dezembro de 1917, cols.2-4, p.1; cols. 1-2, p. 2.

 

13a) – Foto de Perfil

Fonte: http://silenciosememorias.blogspot.com/2010/11/115.html

 

NOTAS:

[1] Ou Moore, cf. Esteves, 2005, p. 752. Quintius (Esteves, 2005, p. 752) ou Quintins (Esteves, 2014, p. 9)

[2] Neste espólio encontram-se cartas trocadas entre Mariana e seus filhos e filha.

[3] O tenente-general José Osório de Castro Cabral de Albuquerque (1770-1857), natural de Algodres, Celorico da Beira, era, em 1865, o comandante do destacamento militar do Fundão (Fernandes, 2020). Disponível em: https://aguadouro.blogs.sapo.pt/pampilhosense-companheiro-de-henrique-44431

[4] Data da tomada de posse e outros detalhes sobre o cargo do Governador de Macau: https://www.macaumemory.mo/entries_4b0d8982c6bc4a73ac086ed347e0c226?token=g6YCLHp+D3OWbSXR2Zf/sw==&lgType=pt

[5] Ou 1866 (Esteves, 2005, p. 752).

[6] Publicação após a sua morte com “informações biográficas e referências elogiosas à postura e militância” (Esteves, 2005, p. 752).

Inventariante / data:

Ana Ribeiro (anaribeirodasilva.mail@gmail.com) / novembro 2021

Este trabalho, para efeitos de citação:

RIBEIRO, Ana (2021) – Mariana Osório de Castro. In BRASIL, Elisabete; LAGARTO, Mariana; RIBEIRO, Ana (2021) – Feminismos antes do 25 de Abril de 1974 (Portugal 1890-1949). Lisboa: FEM, p. 134-137.