O mundo não será o mesmo depois de 2020. As respostas neoliberais e repressivas à crise pandémica ameaçam as nossas vidas e a democracia. Mas perante este cenário organizamo-nos coletivamente para uma resistência global. Queremos alimentar a onda das mobilizações internacionais feministas, ambientalistas, anti-racistas, as lutas laborais e afirmar que estamos fartas deste sistema. É urgente construir e reforçar alianças para criar uma agenda comum para dar resposta à crise social que vivemos. Queremos iniciar uma transformação social global já!
Por uma sociedade onde o cuidado pela vida, pelas pessoas e pelo ambiente seja sempre prioridade.
Resistimos para viver! Marchamos para transformar!
Resistimos aos programas de austeridade que provocam o aumento do desemprego, da desigualdade, da precariedade e da pobreza; legitimando ainda mais a sobrecarga de trabalho pago e não pago feito pelas mulheres. Marchamos contra a mercantilização das nossas vidas e dos nossos corpos!
Resistimos aos ataques ao direito à greve, à degradação das condições laborais e à forte precarização do trabalho das mulheres. Marchamos por condições de trabalho e salários dignos.
Resistimos à sobrecarga dos trabalhos de cuidados que recaem sobre nós, só porque somos mulheres. Marchamos pela igual partilha do trabalho dos cuidados, pela dignificação das cuidadoras informais e pela valorização do trabalhos dos cuidados.
Resistimos aos abusos de poder e à desvalorização da violência que somos alvo. Marchamos para mobilizar a sociedade na denúncia do machismo institucional e da justiça machista!
Resistimos contra a discriminação das nossas múltiplas identidades de género e sexualidades e todas as formas de controlo sobre os nossos corpos. Marchamos pela livre expressão de género, pela diversidade sexual e pela autonomia sobre os nossos corpos!
Resistimos enquanto mulheres e ativistas racializadas para denunciar a mentalidade colonialista e o racismo estrutural da nossa sociedade! Marchamos por uma sociedade ativamente anti-racista e anti-colonial!
Resistimos à xenofobia, à “ilegalização” das nossas vidas, ao confinamento das pessoas refugiadas em campos sobrelotados e sem condições mínimas de dignidade. Marchamos por um mundo sem fronteiras e prisões, nenhum ser humano é ilegal!
Resistimos à expulsão dos centros das cidades, à mercantilização das nossas casas, às ameaças de despejos, à violação constante do direito fundamental à habitação. Marchamos por uma cidade feminista e inclusiva, que não expulsa os seus habitantes e cria espaços públicos e habitação para todas e todos.
Resistimos à degradação dos serviços públicos, à servicialização da economia e aos ataques à nossa soberania alimentar. Marchamos por uma economia feminista que ponha os cuidados pela vida, pelas pessoas e pelo ambiente no centro das decisões políticas!
Associação Portuguesa de Mulheres Juristas
Casa do Brasil de Lisboa
Climáximo
Comunidária
Clube Safo
Feministas em Movimento – FEM
Feminismo sobre Rodas
Habita – Associação pelo Direito à Habitação e à Cidade
Instituto da Mulher Negra – INMUNE
LGBTI – Leiria
Nucleo Feminista de Évora
UMAR . União de Mulheres Alternativa e Resposta
UMAR-Açores – Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres