Relatório FEM – Questionário sobre as Consequências da Crise Pandémica na Vida das Mulheres Professoras em Portugal
O relatório que hoje divulgamos resulta dos dados obtidos através de um questionário elaborado pela FEM – Feministas em Movimento – Associação, sobre as consequências da SARS-COV-2 (vulgo COVID-19) na vida das mulheres professoras.
Este estudo pretendeu, então, contribuir para a identificação das consequências da COVID-19 na vida das mulheres professoras (a trabalhar em Portugal) e, ao mesmo tempo, sensibilizar as autoridades competentes e a sociedade em geral para as necessidades específicas das mulheres professoras, com vista à mitigação de aspetos negativos decorrentes das desigualdades de género.
Além da confirmação de que a classe docente, em que as mulheres são predominantes, está envelhecida, concluímos igualmente que:
- O horário de trabalho aumentou e as condições do mesmo diminuíram;
- Foi predominante a existência de dificuldades na adaptação ao Ensino a Distância (E@D) e Estudo em Casa (E@C );
- 85% consideraram que a nova realidade escolar interferiu no seu estado emocional;
- Se acentuaram os fatores de desigualdade de género, nomeadamente relativos ao cuidar;
- Os seus relacionamentos mantiveram-se, maioritariamente, positivos;
- O tempo e o espaço para si próprias reduziu significativamente;
- Aumentaram as exigências e a quantidade de tarefas na vida profissional e na vida familiar;
- A conciliação entre a vida profissional e familiar passou a ser “Problemática” para grande parte das respondentes;
- Em tempo de crise, os sentimentos mais assinalados pelas respondentes são a “Preocupação” com o futuro, a “Ansiedade” e a “Inquietação”;
- Os sentimentos vividos, negativos e muitas vezes contraditórios, refletem e acentuam a instabilidade emocional das docentes. É necessário ter em consideração a saúde mental destas profissionais, pois o excesso de trabalho, a instabilidade emocional e o stress constituem-se como fatores que podem conduzir ao Burnout.
(Relatório Completo)